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Definição encontrada no Novo Dicionário de Termos Europeus
Kosovo

O Kosovo é um pequeno país montanhoso com cerca de 10.800 km² e cerca de 2 milhões de habitantes, na sua maioria albaneses (90%), e que tem o islamismo moderado como religião dominante (há uma minoria sérvia de cerca de 6% de habitantes maioritariamente cristãos ortodoxos concentrados em concelhos no norte do país).

O Kosovo fez parte do Império Otomano entre 1389 e 1912, quando, a despeito da maioria albanesa, foi integrado na Sérvia. Depois de diversos conflitos e rebeliões foi anexado à Albânia sob ocupação italiana durante a II Guerra Mundial. Após a II Guerra foi reintegrado na Sérvia (integrando a Jugoslávia) com o estatuto de região autónoma.

Em 1991 o Kosovo declarou unilateralmente a independência (não reconhecida pela comunidade internacional), o que desencadeou grande tensão e violência com o governo presidido por Milosevic.

A mediação internacional falhou e, face à violência e às atrocidades cometidas, a NATO atacou a Jugoslávia em 24 de março de 1999, dando início à Guerra do Kosovo, que viria a durar escassos meses.

 

Desde o fim da guerra, em 1999, o Kosovo esteve sob a administração da ONU e a 17 de fevereiro de 2008 o Parlamento, convocado extraordinariamente pelo primeiro-ministro, declarou a independência do Kosovo, que a Sérvia (além da Rússia, da China e diversos outros países) se recusa a reconhecer.

Para uns, o reconhecimento desta independência (largamente incentivada pelos Estados Unidos da América) é um acto de subserviência face à estratégia norte-americana, que precisava de um exemplo de um país muçulmano esmagadoramente pró-americano.

Para outros, esse reconhecimento abre um precedente que, a ser seguido por outras regiões em diferentes países do mundo, pode conduzir à multiplicação de actos de secessão.

Para outros ainda tratava-se de uma exigência moral face ao sofrimento imposto a uma nação inaceitavelmente perseguida e humilhada por razões étnicas e religiosas.

 

O reconhecimento da independência do Kosovo é apontado (a par da guerra do Iraque) como uma das manifestações da impotência da Política Externa e de Segurança Comum.

Também aqui a União Europeia não falou a uma só voz. Enquanto a maioria dos Estados-Membros (incluindo Portugal) acabou por, mais cedo ou mais tarde, reconhecer o novo país, outros Estados-Membros recusam-se a fazê-lo (incluindo a Espanha, frontalmente contrária à abertura do precedente da secessão face às tensões nacionais no seu próprio país) e outros deixam pairar a dúvida sobre o que acabarão por fazer.

A União Europeia mantém operacional, desde 2008, uma Missão Especial no Kosovo (EULEX), com o objectivo de apoiar as instituições no processo de implementação de um Estado de Direito. A UE conta, igualmente, com um representante especial da União em Pristina.

(última alteração: Outubro de 2017)
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