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Definição encontrada no Novo Dicionário de Termos Europeus
Embargo Russo

Em resposta à anexação da Crimeia pela Federação Russa, alguns governos e organizações internacionais, liderados por EUA e UE, impuseram sanções a indivíduos e empresas russas. Depois dos rebeldes, apoiados pelo governo russo, terem expandido o leque de acção para sul e leste da Ucrânia e provocado uma guerra na região de Donbass, o âmbito das sanções aumentou.

O efeito combinado das sanções e o rápido declínio dos preços do petróleo resultaram na descida significativa do rublo e na consequente fuga de capitais para o exterior. As sanções sobre o acesso a financiamento forçaram a Rússia a usar parte das suas reservas cambiais para sustentar a economia e o Banco Central da Rússia aumentou as taxas de juro.

A resposta russa não se fez esperar e a 6 de agosto de 2014, para além das sanções contra cidadãos canadianos e americanos, a Rússia decretou unilateralmente uma proibição de importações de alimentos provenientes da UE, Estados Unidos, Noruega, Canadá e Austrália pelo período de um ano. Esta proibição abrangeu as frutas, legumes, carne, peixe, leite e produtos lácteos. Mais tarde o presidente russo Vladimir Putin assinou uma ordem que prorroga o embargo de agosto 2014 até 05 de agosto de 2016.

As sanções económicas contra a Rússia provocaram uma recessão económica com um decréscimo do PIB de -2,2% para o primeiro trimestre de 2015, em relação ao período homólogo de 2014 e um novo decréscimo do PIB em – 3,5%, em 2015. A economia russa entrava assim em recessão. Para 2016 previa-se um crescimento nulo, agora revisto em ligeira alta, devido à recuperação dos preços do petróleo.

Não deixa de ser interessante, do ponto de vista político e histórico, que esta tenha sido uma retaliação cruzada, pois o sector agroalimentar europeu acabou por ser o alvo russo quando as sanções europeias não eram de índole alimentar. É também curioso que na lista de produtos alimentares embargados não estejam os produtos consumidos pela elite russa com grande poder aquisitivo como os vinhos, champagne e outras bebidas espirituosas de renome internacional.

O impacto na economia agroalimentar da UE foi muito relevante e provocou uma crise nos sectores do leite/produtos lácteos e carne de suíno. A Rússia é o 2º maior destino exportador da UE em termos de agroalimentar. O sector do agroalimentar representa 10% do total das exportações da UE para a Rússia, avaliadas em 11,8 mil milhões de euros antes do embargo. Os produtos alimentares listados no embargo Russo afetaram 43% do total da exportação agroalimentar da UE para a Rússia. Os Estados-Membros mais afetados foram os países bálticos, Finlândia e países da Europa de Leste, pela sua proximidade geográfica e pelo seu marcado perfil de exportação para o mercado russo. Já o efeito acumulado na economia europeia em todos os sectores, resultante dos embargos russo e europeu foi calculado em 50 mil milhões de euros, o equivalente a 0,4 % do PIB europeu.

(última alteração: Outubro de 2017)
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