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Definição encontrada no Dicionário de Cidadania
Migração

Designa-se por migração o movimento populacional que compreende a deslocação de pessoas, independentemente da extensão, composição ou das suas causas. Inclui, portanto, a migração de refugiados, pessoas deslocadas, pessoas desenraízadas e migrantes económicos.

Enquanto uns consideram que o aumento das migrações é uma inevitabilidade, consequência de um Mundo mais globalizado, outros assinalam os meios de transporte modernos que permitem movimentos mais fáceis, mais baratos e mais rápidos e condições como os conflitos, a pobreza, a desigualdade ou a falta de emprego digno que compelem as pessoas a abandonar as suas casas e os seus países, em busca de um futuro melhor. A extensão dos movimentos, a complexidade crescente dos padrões migratórios, o seu impacto nos países, nos migrantes, famílias e sociedades e as consequências que daí advêm tornam as migrações um assunto prioritário para a comunidade internacional.

As migrações não representam necessariamente um elemento de instabilidade. Quando apoiadas por políticas apropriadas, podem contribuir para um desenvolvimento económico mais inclusivo e sustentável. A migração internacional contribui para o aumento da população nalgumas partes do mundo. Tem também um impacto económico considerável: segundo dados da ONU, o total das remessas de emigrantes em 2014 foi de aproximadamente 385 mil milhões de euros.

Ainda assim, os migrantes continuam a estar entre os elementos mais vulneráveis da sociedade. E se para muitos a experiência é capacitadora, muitos outros enfrentam violações de direitos humanos, abusos e discriminação. Os migrantes em geral, mas sobretudo as mulheres e crianças, são muitas vezes vítimas de tráfico de seres humanos e das terríveis formas de exploração que isso implica.

O Relatório das Migrações Internacionais de 2015, do Departamento das Nações Unidas para Assuntos Económicos e Sociais assinala:

  • O número de migrantes internacionais tem continuado a crescer rapidamente nos últimos 15 anos, tendo chegado aos 244 milhões em 2015, mais 22 milhões que em 2010, mais 43 milhões que em 2005 e mais 71 milhões que em 2000;
  • Entre 2000 e 2015 a Arábia Saudita viu o número de migrantes aumentar de 5 para 10 milhões, os Emirados Árabes Unidos de 2 para 8 milhões, Itália de 2 para 6 milhões e Espanha de 1 para também 6 milhões;
  • Em 2015, O número de refugiados no mundo inteiro atingiu o seu nível mais alto desde a Segunda Guerra Mundial;
  • Cerca de dois terços do total dos migrantes internacionais vivem na Europa (76 milhões) ou na Ásia (75 milhões), seguidos pela América do Norte que acolhe 54 milhões de migrantes, África (21 milhões), América Latina e as Caraíbas (9 milhões) e, finalmente, a Oceanía (8 mihões);
  • Por países, o maior número de migrantes internacionais encontra-se nos EUA (47 milhões), o que representa cerca de 19% do total mundial. A Alemanha e a Rússia acolhem o segundo e terceiro maiores grupos de migrantes, de aproximadamente 12 milhões cada, seguidos pela Arábia Saudita, com 10 milhões;
  • Em 2014 havia mais de 59 milhões de pessoas deslocadas, das quais 19.5 milhões eram refugiados e 38.2 milhões de deslocados internos. Os países em desenvolvimento acolhem 86% dos refugiados no mundo: 12.4 milhões de pessoas;
  • A Turquia, muito devido à guerra-civil na Síria, tornou-se o maior país acolhedor de refugiados do mundo, com mais de 2 milhões de refugiados;
  • As mulheres representam um pouco menos de metade de todos os migrantes.
  • Portugal é origem de cerca de 837.3 mil emigrantes, segundo dados da ONU de 2015. Destes, mais de 50% são mulheres e, a média de idades é de 40 anos.
(última alteração: Março de 2016)
Co-Autor(es): Fausto Matos
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