Designa-se impropriamente (mas com alguma ironia) por "Partido ABN” o conjunto de eleitores que se Abstêm, votam em Branco ou votam Nulo (anulando deliberadamente o voto ou fazendo-o por indiferença ou falta de informação). Em muitos países (incluindo Portugal) é frequente estes eleitores serem mais numerosos do que o total de eleitores que votam nos partidos e candidatos.
Nas últimas 3 grandes eleições nacionais, só nas legislativas de 2015 o Partido ABN não excedeu o conjunto de todos os partidos candidatos (ainda assim a abstenção foi o "partido” com maior expressão eleitoral tendo mais do dobro dos eleitores do que a coligação vencedora – PSD/CDS-PP). Nas últimas eleições presidenciais, ganhas de forma clara pelo Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, o "Partido” ABN representou 52,4% dos eleitores, enquanto que no conjunto dos candidatos votaram apenas 47,6%. Nas últimas eleições para o Parlamento Europeu o resultado foi ainda pior: o "partido” ABN representou 68,8% do eleitorado e os candidatos a eurodeputados, no seu conjunto, recolheram os votos de apenas 31,2% dos eleitores.
O facto de haver mais eleitores que nem sequer vão às urnas ou que indo, se recusam a votar nas candidaturas é, por muitos, apontado como expressão de uma crise no sistema democrático e evidência da necessidade de o repensar por forma a que uma maioria de eleitores exprima a sua vontade de forma consequente.