O êxodo rural é na sua essência um movimento migratório que se traduz no abandono do campo em direção às cidades.
Ao longo da História podem identificar-se causas substantivas para esta migração: catástrofes naturais e climáticas, guerras e decisões políticas, mas quase sempre, inerente a todas elas, encontramos a procura de melhores condições de vida, de saúde, educação e de emprego. De tal forma é substantivo este constante êxodo rural que se estima que, em 2050, cerca de 65% a 70% da população mundial viva em zonas urbanas. A economia e o desenvolvimento tecnológico assumem um papel fulcral neste despovoamento: por um lado, a oferta de empregos e a sua nova composição, surge sobretudo em zonas urbanas; por outro lado, nunca tão pouca mão-de-obra empregue na agricultura e em indústrias afins gerou tanta produção no sector primário.
Como causa e consequência deste êxodo rural, o crescimento das Áreas Metropolitanas e o aparecimento das megacidades lançam desafios de grande escala à sustentabilidade deste modelo. Muitos são também os que defendem que com o crescimento da população mundial, a urbanização (resultante também do êxodo rural) é a forma mais eficaz de alocar recursos e apoiar as populações nas suas necessidades básicas e nas suas aspirações.
Em 1960, a população residente portuguesa era, segundo o INE e a Pordata, constituída por 8,889 milhões de indivíduos. Esse número cresceu atá ao aos 10,562 milhões de indivíduos no ano de 2011. No entanto, quando analisamos os números da população residente por dimensão dos lugares onde vivem, verificamos que as localidades com menos de 2.000 indivíduos (onde habitava, em 1960, 65% da população portuguesa) registam somente 39% da população residente no ano de 2011.
Os dados do recenseamento geral da população, quando agregados por dimensão dos lugares, apresentam ainda valores mais expressivos que ajudam a perceber a dimensão do "Êxodo Rural”. Em 1960, as localidades com mais de 10 mil habitantes representavam 22,6% da população total. Em 2011, essas mesmas localidades já acolhiam 42,7% da população portuguesa.
Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), em 2014 mais de 54% da população mundial vivia em cidades e a projecção da Organização das Nações Unidas (ONU) é que, em 2050, sejam 66%. O World Urbanization Prospects, produzido pela ONU, sublinha que, enquanto em 1950 viviam em cidades 746 milhões de pessoas em todo o Mundo, este valor passou para praticamente 4 mil milhões, em 2014.