Sondagem tem a origem na palavra francesa sondage. Esta surgiu provavelmente no XIV associada à utilização de uma sonda, para investigar a profundidade da água de um rio ou de um mar.
Existem citações de Honoré de Balzac, que no século XIX já terá utilizado esta palavra para expressar a ideia de uma pesquisa ou investigação rápida.
De facto uma sondagem parte da impossibilidade de estudar a totalidade da população (Censo). No entanto é possível através da observação de parte desta população (amostra), serem recolhidas conclusões possíveis de ser extrapoladas para o universo de que fazem parte.
No entanto é necessário entender que uma Sondagem é uma técnica estatística que recorre apenas à observação de subconjuntos (amostra)e está vocacionada para identificar:
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Valores médios de determinadas variáveis (médias)
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Proporções de atributos (Percentagens ou probabilidades por exemplo)
De acordo com o Interviewer’s Manual do Survey Research Centerda Universidade de Michigan (1976, pp.1-2) uma sondagem consiste numa forma particular de inquérito que pode ser: Sondagem de Opinião Pública (public opinion poll), Estudo de Mercado (market research), Inquérito Estatístico Descritivo (descriptive statistical surveys) e Inquérito de Investigação Social (social research surveys).
A primeira sondagem publicada na imprensa portuguesa data de 1973 por ocasião do número inaugural do semanário Expresso. Num inquérito nacional "provava-se” que "63%” dos portugueses nunca votaram.
Nesta sondagem não foi dada a conhecer a amostra recolhida nem foi acompanhada de ficha técnica, tudo ilegal de acordo com a atual lei de publicação e divulgação de sondagens.(Lei nº10/2000, de 21 de Junho).
Três anos mais tarde, a 2 de Dezembro de 1979, a RTP1 divulgou pela primeira vez uma sondagem política referente às eleições intercalares para a Assembleia da República, após o fecho das urnas.
Iniciou-se assim, na década de 70, a divulgação nos órgãos de comunicação social de sondagens políticas.
Num dicionário de termos políticos, é impossível resistir à citação de uma outra definição, com quase 20 anos mas que se mantém muito actual, publicada no editorial do extinto Semanário a 18 de Junho de 1994.
" Sondagens
Todos dizem não acreditar nelas, mas todos querem saber o que elas dizem.
Elas permitem todos os sonhos, todas as expectativas, são boas ou são más consoante os olhos de quem as vê.
É por elas que se afincam discursos e corrigem estratégias.
É com elas que se alimentam debates políticos e se fazem manchetes de jornais. Elas podem até influenciar intenções de voto e alterar resultados eleitorais.
São as SONDAGENS, as protagonistas principais dos períodos de campanha eleitoral”.