Para facilidade dos media internacionais limitado ao nome de José Manuel Barroso, o presidente da Comissão Europeia entre 2004 e 2014 cumpriu dois mandatos completos num cenário de grandes transformações institucionais, com a entrada em vigor do Tratado de Lisboa e com as dificuldades que decorrem da «digestão» do último grande alargamento e da crise económica e financeira que, entretanto, ocorreu.
Nascido em 1956, jurista, foi secretário de Estado da Administração Interna (com o ministro Eurico de Melo), secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros (com o ministro João de Deus Pinheiro), ministro dos Negócios Estrangeiros (com o primeiro-ministro Cavaco Silva), presidente do PSD e primeiro-ministro de Portugal (tinha 46 anos).
De sublinhar que, ao longo dos 50 anos da História da integração, os presidentes da Comissão Europeia foram sempre nacionais dos seis países fundadores: um alemão, dois franceses (um deles, Delors), dois italianos (um deles, Prodi), três luxemburgueses (um deles Santer e outro, o atual Presidente Juncker), um belga e um holandês. As únicas exceções foram o britânico Roy Jenkins (1977-81) e o português José Manuel Barroso.
De todos eles, apenas o alemão Walter Wallstein (1958-67) e o francês Jacques Delors (1985-95) fizeram mais do que um mandato. Barroso (2004-14) foi o terceiro a conseguir a proeza da reeleição, cumprindo a totalidade dos dois mandatos e mantendo-se dez anos na liderança do executivo europeu.