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Jurista italiano, iniciou a sua carreira profissional na banca e entrou para os quadros da Comissão Europeia em 1960. Em 1967 liderou a equipa técnica que preparou o primeiro alargamento (Reino Unido, Irlanda e Dinamarca).
Em 1986, Paolo Cecchini foi encarregado, pelo presidente da Comissão Europeia, de elaborar um relatório sobre os custos decorrentes da não existência de um mercado interno europeu. Os entraves a eliminar pelo mercado interno eram sobretudo os controlos de fronteira e burocracia aduaneira, as normas e regulamentos técnicos divergentes, a legislação económica contraditória e a prática de protecionismo no que respeitava a concursos públicos.
Publicado em 1988, o relatório Europa 1992 – Desafio Global traça os contornos do mercado interno da Comunidade Europeia nos anos 90, aponta os custos da sua inexistência e os ganhos em perspetiva para a economia da Comunidade Europeia em geral, uma vez convertidos os custos em benefícios. Este relatório, também conhecido como o relatório do «Custo da não Europa», entrou na gíria comunitária como «Relatório Cecchini».
Os benefícios que anunciava eram mais nítidos para os consumidores e empresas, pela descida de muitos preços e custos. As repercussões propagar-se-iam por toda a economia. As dívidas públicas seriam atenuadas, a inflação previa-se moderada, o mercado interno abria «perspetivas de uma criação de empregos verdadeiramente considerável». É certo que advertia também: «Se a Europa pretende enfrentar o seu desafio de mercado, terá também de rever – quanto mais depressa melhor – a estrutura geral da sua organização económica.»