A União Europeia tem 24 línguas oficiais. O Regulamento n.º 1, de 6.10.1958, que estabelece o regime linguístico da Comunidade Económica Europeia, sofreu, ao longo do tempo, alterações necessárias à sua adaptação à entrada de novos Estados. À data de hoje, nos termos deste Regulamento as línguais oficiais e de trabalho das Instituições da União Europeia são: o alemão, o búlgaro, o checo, o croata, o dinamarquês, o eslovaco, o esloveno, o espanhol, o estónio, o finlandês, o francês, o grego, o húngaro, o irlandês, o inglês, o italiano, o letão, o lituano, o maltês, o neerlandês, o polaco, o português, o romeno e o sueco.
Desde a criação do mercado único, em 1993, o multilinguismo tornou-se essencial para que tanto os cidadãos como as empresas possam tirar plenamente partido das oportunidades dele resultantes. O Conselho de Ministros de Barcelona de 2002 estabeleceu, para cada cidadão, a meta ambiciosa de uma "Língua materna mais duas outras línguas (estrangeiras)”. Esta meta conduziu, por sua vez, a uma política activa de promoção da aprendizagem e do ensino das línguas, através de vários programas europeus no domínio da educação e da formação. Depois do êxito do Ano Europeu das Línguas em 2001, a Comissão adoptou, em 2003, o plano de acção "Promover a aprendizagem das línguas e a diversidade linguística” (2004-2006). No âmbito do referido plano de acção, são propostas três categorias de acções: a aprendizagem de línguas ao longo da vida, desde a idade pré-escolar até à velhice; a qualidade do ensino das línguas e a criação de um enquadramento propício às línguas. No programa de trabalho «Educação e Formação», que tem como horizonte o ano de 2010, a capacidade de comunicar em línguas estrangeiras é definida como uma competência essencial.
A política da União Europeia em matéria de multilinguismo prossegue os seguintes objectivos:
• incentivar a aprendizagem de línguas e promover a diversidade linguística na sociedade;
• fomentar uma economia multilingue sólida;
• promover a integração social através de melhores conhecimentos linguísticos e da aceitação de outras línguas.
A União Europeia presta apoio específico à aprendizagem de línguas nos seguintes sectores:
• Ensino precoce das línguas – a introdução de línguas estrangeiras desde muito cedo pode acelerar a aprendizagem de línguas, melhorar as habilitações literárias na língua materna e optimizar o desempenho noutras áreas;
• Ensino escolar – designadamente, projectos conjuntos de classes de países diferentes (ao abrigo do programa Comenius) e apoio financeiro da União Europeia à mobilidade de professores;
• Formação profissional – ao abrigo do programa Leonardo, a União Europeia apoia a criação de métodos e materiais de aprendizagem de línguas, assim como de métodos de validação dos conhecimentos linguísticos no sector profissional;
• Ensino superior – o programa Erasmus prevê cursos de línguas intensivos para estudantes que desejem fazer parte dos estudos no estrangeiro;
• Ensino de adultos – através do programa Grundtvig, a Comissão Europeia ajuda os adultos a melhorar as suas competências, incluindo os conhecimentos linguísticos, de forma a poderem adaptar-se mais facilmente à evolução do mercado de trabalho e da sociedade.