O Horizonte 2020 é o programa-quadro de investigação e inovação da União Europeia, destinado ao financiamento da União para a Inovação, um dos projetos prioritários da Estratégia Europa 2020, durante o período de programação de sete anos, compreendido entre 2014 e 2020. Durante este período, o Horizonte 2020 será o mecanismo de mobilização de cerca de 80 mil milhões de euros para o estímulo à investigação científica na Europa, que pretende ser um complemento ao investimento privado e público nacional. Na Comissão Juncker, o Comissário responsável pela gestão desta pasta é o português Carlos Moedas.
Este programa assenta em três pilares: excelência científica,liderança industrial e desafios societais. Estas três dimensões complementares pretendem utilizar a investigação e inovação como vetor de crescimento económico inteligente, sustentável e inclusivo, como estabelecido na Estratégia Europa 2020.
No quadro da promoção da excelência científica, o Horizonte 2020 apoia a "investigação de fronteira” (financiada sobretudo pelo Conselho Europeu de Investigação – CEI), a formação de investigadores (designadamente através das Ações Marie Curie), a investigação em tecnologias futuras e emergentes e a construção e manutenção de infraestruturas de craveira mundial. No âmbito da liderança industrial, o Horizonte 2020 apoia iniciativas relacionadas com as tecnologias facilitadoras e industriais (destaque para as tecnologias de informação e comunicação, a espacial, de ponta e materiais avançados, a biotecnologia e as nanotecnologias), compreende um instrumento específico para as Pequenas e Médias Empresas e facilita o acesso das empresas inovadoras ao capital de risco. Por fim, no que respeita aos desafios societais, o Horizonte 2020 define os desafios prioritários para os projetos de investigação e inovação que apoia nas seguintes áreas:
• Saúde, alterações demográficas e bem-estar;
• Segurança alimentar, agricultura e silvicultura sustentável, bem como investigação marinha, marítima e de águas interiores (a que acresce a bioeconomia);
• Energia segura, não poluente e eficiente;
• Transportes inteligentes, ecológicos e integrados;
• Ação Climática, eficiência na utilização de recursos e matérias-primas;
• A Europa num Mundo em mudança – sociedades inclusivas, inovadoras e reflexivas;
• Sociedades seguras – proteger a liberdade e a segurança da Europa e dos seus cidadãos.
Destaque-se ainda o objetivo de disseminação da investigação e aumento da participação, a partir da criação de redes de instituições, criação de «cátedras» e alargamento das lógicas de comunicação com a sociedade. A isto acresce a preocupação com a integração de novas áreas de investigação relacionadas com o sector público, a inovação social ou atividades-piloto para serviços e produtos do sector privado. A inovação em matéria de energia nuclear e as suas diversas aplicações e potencialidades é também financiada pelo Horizonte 2020.
Recorde-se que a UE dispõe de um Centro Comum de Investigação (Joint Research Centre – JRC), que presta apoio científico e técnico independente às instituições para a conceção de políticas com base em dados comprovados. Este Centro, através da investigação em energia nuclear, serve também o propósito de reforço da segurança nuclear da UE e da proteção contra as radiações.
O Horizonte 2020 é um mecanismo fundamental para a construção de um Espaço Europeu de Investigação (EEI ou, em inglês ERA – European Research Area) e para a plena realização da União para a Inovação. No âmbito da programação do período de financiamento plurianual de 2014-2020 e na procura de equilíbrios entre o financiamento do Programa de Investimentos Estratégicos e demais fundos comunitários, foi posição unânime das instituições que o Horizonte 2020 devia ser salvaguardado na sua globalidade e o Parlamento Europeu assumiu sempre que todos os cortes no seu financiamento devem ser balanceados com iniciativas promotoras da ciência, tecnologia e investigação como caminho para um crescimento económico real e para a plena coesão social.