Em março de 2000, o Conselho Europeu de Lisboa apresentou uma estratégia faseada em 10 anos para tornar a União Europeia "na economia baseada no conhecimento mais dinâmica e competitiva do mundo, capaz de garantir um crescimento económico sustentável, com mais e melhores empregos e com maior coesão social”. Esta ambiciosa visão ficou conhecida por Estratégia de Lisboa.
Os principais objectivos para a União visavam atingir uma taxa de emprego global de 70%, uma taxa de emprego entre as mulheres acima dos 60%, uma taxa de emprego entre os trabalhadores mais idosos de 50% e um crescimento económico anual de 3%.
A Estratégia de Lisboa abarcava praticamente todas as actividades da União Europeia nas áreas económicas, sociais e ambientais e dela constava, entre outras, as seguintes linhas de força:
• Preparar a transição para uma economia e uma sociedade baseadas no conhecimento;
• Modernizar o modelo social europeu, investindo nas pessoas e combatendo a exclusão social;
• Adoptar o conceito de desenvolvimento sustentável através da conciliação do crescimento económico com preocupações ambientais e sociais.
Após quatro anos de implementação, um Grupo de Alto Nível, presidido pelo antigo Primeiro-Ministro holandês Wim Kok e composto por peritos nacionais independentes, publicou um Relatório intercalar de avaliação da Estratégia de Lisboa que demonstrou que os progressos realizados pelos Estados-Membros para alcançar os objectivos tinham sido escassos. A estratégia tinha 28 objectivos principais, 120 objectivos secundários e 117 indicadores diferentes. O sistema de informação nos então 25 Estados-Membros levou à produção de mais de 300 relatórios, que foram inconsequentes.
Perante este cenário, a Comissão Europeia, sob presidência de José Manuel Barroso, decidiu reequacionar as prioridades fixadas pela Estratégia, focando as preocupações dos cidadãos europeus no crescimento económico e no emprego. Esta revisão intercalar definiu o modo como a UE poderia alcançar o seu objectivo em matéria de crescimento e de emprego, de forma mais simples, precisa, pragmática e concreta, e apoiada por um programa de acção de Lisboa a nível da União e por programas de acção nacionais que incluíam compromissos claros.
O falhanço da Estratégia de Lisboa viria a ser implicitamente reconhecido com o lançamento formal da Estratégia Europa 2020 que lhe sucede.