Organização do Tratado do Atlântico Norte, também conhecida por Pacto do Atlântico (ou NATO, em Inglês), instituída pelo Tratado de Washington, em abril de 1949. Tem sede em Bruxelas e 29 Estados-Membros.
Portugal foi Estado fundador da OTAN, para além da Bélgica, Canadá, Dinamarca, Estados Unidos, França, Holanda, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega e Reino Unido.
Em fevereiro de 1952 aderiram a Grécia e a Turquia; em maio de 1955, a Alemanha; em maio de 1982, a Espanha; em março de 1999, a Hungria, a Polónia e a República Checa. Mais recentemente, em março de 2004, aderiram a Bulgária, a Eslováquia, a Eslovénia, a Estónia, a Letónia, a Lituânia e a Roménia. No dia 1 de Abril de 2009 a Albânia e a Croácia aderiram à Organização. O Estado-Membro mais recente é o Montenegro, que se juntou em 2017. A OTAN conta ainda com 22 "países parceiros”, através do programa Parceria para a Paz, criado em1994. A OTAN e a UE têm hoje 22 membros em comum.
Durante a guerra fria, a OTAN constituiu a resposta à necessidade de contenção, também na Europa, da ameaça soviética. Mas a eclosão dos conflitos dos Balcãs, e as consequentes intervenções da OTAN na Bósnia, a partir de finais de 1995, e na ex-Jugoslávia, em 1999, recolocaram na ordem do dia a questão das capacidades autónomas da União Europeia em matéria de operações de segurança.
Criou-se então um dispositivo, que ficou completo em 2002, e que expressa um conceito de Identidade Europeia de Segurança e Defesa (IESD) dentro da OTAN. A Aliança teria um pilar europeu que, utilizando meios e capacidades da OTAN, mas sob comando e com forças exclusivamente europeias, se encarregaria de missões de manutenção da paz – ou seja, missões de segurança. Isto se, e quando, a própria OTAN não entendesse útil liderar essas operações.
Na sequência do 11 de setembro de 2001, os países OTAN invocaram, pela primeira vez, o Artigo 5º (resposta colectiva a um ataque contra um Estado-Membro) na História da Organização. Desde então, a luta contra o terrorismo internacional e a proliferação de armas de destruição maciça têm representado os eixos críticos da acção da Aliança – sendo o destacamento de forças no Afeganistão e a formação de forças no Iraque os seus maiores esforços.
Desde o lançamento da Política Europeia de Segurança e Defesa (PCSD), agora Política Comum de Segurança e Defesa (PESC) no Conselho Europeu de Colónia em junho de 1999, e desde os Acordos "Berlin Plus” (dezembro de 2002), são assinaláveis os desenvolvimentos verificados, encontrando-se a UE hoje dotada de uma componente operacional para gestão de crises, o que lhe permite uma actuação mais consentânea com o lugar que detém na cena internacional.
Tal evolução possibilitou, simultaneamente, uma adaptação dos objectivos estratégicos da UE à nova realidade internacional, assim como um aprofundamento gradual da sua própria integração no domínio da segurança.
Ainda que por vezes minada pelos diferendos entre a Turquia (membro da OTAN, mas não da União) e Chipre (membro da UE, mas não da OTAN), a relação UE-OTAN tem vindo a ser consolidada à luz das ideias de complementaridade e não duplicação. Responsáveis de ambas as organizações reúnem-se regularmente a diferentes níveis (quer político, quer técnico), para a boa coordenação das prioridades e dos projectos, garantindo que os Estados-Membros não duplicam desnecessariamente o seu investimento em defesa. Por exemplo, a modernização dos helicópteros insere-se no âmbito OTAN, e a formação de pilotos de helicópteros é desenvolvida pela União.
A OTAN liderou as operações no Kosovo no final dos anos 90 e as operações na Bósnia-Herzegovina (SFOR) até dezembro de 2004, altura em que a UE (EUFOR) assumiu a liderança; contudo, é a missão Assistência à Segurança (ISAF – International Security Assistance Force) no Afeganistão (desde 2003) que corresponde à primeira operação militar fora da Europa, sendo a sua maior operação, desde sempre. Hoje, a UE e a OTAN estão lado a lado na luta antipirataria na Somália.
Em 2009, a OTAN lança um exercício de reflexão sobre o seu novo Conceito Estratégico, chefiado pela antiga Secretária de Estado americana Madeline Albright. O Conceito é aprovado na Cimeira de Lisboa, a 24.ª da Aliança, em novembro de 2010. Este Conceito Estratégico, que conta com o cunho e empenho pessoal do anterior secretário-geral Rasmussen, contém as prioridades da Aliança para a década 2010-2020; mantém a missão primordial da Aliança (a defesa territorial), mas moderniza-a com outras ambições: a luta antiterrorismo, a ciberdefesa e a defesa antimíssil.
A Cimeira de Lisboa assistiu ainda ao encontro entre os chefes de Estado e o presidente afegão Hamid Karzai, onde foi acordada a gradual retirada do Afeganistão até 2014, já verificada. A OTAN comprometeu-se, contudo, a dar formação às forças militar e à polícia afegãs, numa cooperação que se mantém sob a égide de "Return to hope”.
Quanto ao processo de racionalização da OTAN, é de especial relevância a reforma dos comandos militares da Organização, uma discussão que se prolongou por 2011 – saliente-se que Portugal deteve o Comando Conjunto da NATO (em Oeiras), responsável operacional pela missão da Aliança Atlântica de combate àpirataria na região do Corno de África. Desde aí a estrutura serviu para acolher um Comando Operacional de reacção rápida de forças aeronavais (STRIKFORNATO) e da Escola de Comunicações e Sistema de Informação, ambas transferidas de Itália.
O actual Secretário-geral da NATO é Jens Stoltenberg, antigo primeiro-ministro norueguês. A OTAN tem cerca de 20.000 funcionários, 14 Agências e 11 comandos operacionais e o seu orçamento de funcionamento ascende aos dois mil milhões de dólares.