Em 1950, o desenvolvimento da Guerra Fria colocou o crescimento do bloco soviético (e a sua capacidade de resposta a uma eventual ofensiva) no topo das prioridades dos países europeus. Os acontecimentos em Praga (1948) e o eclodir da Guerra da Coreia indiciavam um crescimento da esfera de influência política e militar da União Soviética. Surgem os primeiros apelos para permitir o rearmamento da Alemanha Ocidental (RFA), assim abrindo a sua participação na OTAN. Os Estados Unidos da América apelavam a um rearmamento alemão e o Presidente Francês, René Pleven, subscrevia a proposta de Winston Churchill de constituição de um exército europeu.
A Comunidade Europeia de Defesa foi proposta em 1950, incorporando a ideia da criação de uma força militar integrada, financiada por um orçamento comum e dirigida por uma autoridade política supranacional, o que terá certamente minado o seu sucesso. O projeto da CED fundou-se no Tratado de Paris de 1952, assinado em 27 de maio desse ano pela Bélgica, República Federal da Alemanha, França, Itália, Luxemburgo e Países Baixos.
O Projeto da CED seria rejeitado pelo Parlamento Francês em 30 de agosto 1954 e acabaria por ser definitivamente abandonado. Este fiasco do projeto CED levou à demissão de Jean Monnet de Presidente da Alta Autoridade da CECA, em novembro de 1952. A Defesa, enquanto área de ação política das Comunidades e de integração europeia, seria retomada pelos Estados-Membros da UE apenas em 1992, com o Tratado de Maastricht.
A rejeição da CED constituiu um balde de água fria para todos os que defendiam que o projeto de integração devia acentuar a sua componente política. E a verdade foi que durante os 40 anos seguintes as comunidades reforçaram-se como união económica e financeira, designadamente estabelecendo um Mercado Único e criando o Euro, adiando evoluções mais marcantes no âmbito político e de cidadania.