A 18 de dezembro de 2010, no seguimento de uma reunião do Conselho Europeu que estabeleceu o Fundo Europeu de Estabilização do Euro, o Reino Unido, Alemanha, França, Finlândia e Holanda dirigiram uma carta conjunta ao presidente da Comissão Europeia de então, José Manuel Barroso apelando a que os orçamentos seguintes da UE fossem congelados aos valores de então até 2020. A iniciativa partiu do primeiro-ministro britânico, David Cameron.
Esta carta constituiu o prelúdio às árduas negociações sobre as perspetivas financeiras (2014-2020) que começaram no ano seguinte, quando a Comissão Europeia apresentou a sua primeira proposta formal.
Ao invocar as medidas extremamente impopulares de cortes na despesa pública que alguns Estados-Membros foram obrigados a realizar, a carta afirma que «o gasto público europeu não pode ficar isento dos consideráveis esforços dos Estados-Membros para pôr as suas finanças públicas sob controlo».
A carta conclui que a execução das políticas europeias, ambiciosas e ao serviço dos cidadãos europeus, coaduna-se com um volume de despesa estável e uma melhor utilização dos recursos disponíveis. «O desafio dos próximos anos para a União Europeia não será gastar mais, mas gastar melhor», conclui a carta. Esta carta, em que quatro dos autores são comuns à Carta dos Seis, revela uma tendência de contribuintes líquidos da UE alertarem para a dimensão dos investimentos da União Europeia sempre que se iniciam ou se aproximam as negociações das perspetivas financeiras plurianuais.