Em dezembro de 2003 e no âmbito das negociações sobre as perspetivas financeiras 2007-2013, seis Estados-Membros (Áustria, Alemanha, Suécia, Reino Unido, França e Holanda) escreveram à Presidência irlandesa da UE uma carta conjunta defendendo que o orçamento da União Europeia fosse limitado a 1% do RNB, de forma a baixar a comparticipação dos Estados-Membros.
Tratava-se, portanto, de impor um valor ainda mais baixo que o limite legal já existente, que é de 1,14%, e ainda mais baixo que o próprio orçamento em vigor à data.
Estes países, na sua maioria contribuintes líquidos do orçamento da UE, argumentavam que a rigidez das regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento não permitia um aumento das contribuições para o orçamento da UE.
Portugal e outros 16 Estados-Membros sempre manifestaram muitas críticas em relação a este limite, por considerarem que esta proposta não permite assegurar com eficiência a política de coesão da UE e porque não faz qualquer sentido que, num contexto de alargamento a mais Estados-Membros, a UE seja desprovida dos necessários recursos financeiros. O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, recordou oportunamente que «não se pode ter mais Europa com menos dinheiro».