De nada adianta a um país receber uma ajuda, ou um financiamento, por parte da União Europeia, se não lhe for possível utilizá-los com verdadeira eficácia. No âmbito da ajuda ao desenvolvimento essa foi uma das grandes lições do «período de ouro» da cooperação com os países em desenvolvimento, nas décadas de 70 e 80: o simples verter de grandes somas ou investimentos em «elefantes brancos» – barragens gigantescas, fábricas extraordinárias em regiões sem comunicações fáceis – resultou quase sempre num enorme desperdício e até na destruição brutal de recursos e mercados.
Na Europa, mas sobretudo nos países do chamado «terceiro mundo», o conceito da capacidade (ou incapacidade) de absorção dos apoios e ajudas ao desenvolvimento é crucial. Esta compreensão ajudou também ao desenvolvimento de novas modalidades de cooperação, com contratualização de condições e formas de aplicação de apoios, condicionalismos vários e critérios estritos. Aos aspetos meramente económicos e logísticos relacionados com esta questão juntam-se hoje novas políticas, de responsabilidade e participação, baseadas nas exigências da «boa governação» ou «governança».
A capacidade de absorção é também, e cada vez mais, um critério para a determinação da atribuição de fundos comunitários no âmbito das políticas europeias de desenvolvimento regional e da coesão económica e social.
Este termo pode ainda significar que a adesão de novos membros – cada novo alargamento – deve poder ser compatível com o bom funcionamento da União. Contudo, por ser mais claro e não passível de confusão com o significado que acima enuncio, esse conceito será designado como capacidade de integração.