Designou-se por "left-overs” de Amesterdão o conjunto de questões de natureza institucional, a resolver no sentido de preparar a União Europeia para o alargamento a Leste, que não foi possível decidir na Conferência Inter-Governamental que preparou o Tratado de Amesterdão. A composição e funcionamento da Comissão, a reforma do sistema de deliberações do Conselho, a extensão do domínio da votação por maioria qualificada foram discutidos mais tarde nesta perspectiva, em nova C.I.G. e objecto de acordo inscrito no Tratado de Nice, criando os equilíbrios reclamados para o alargamento aos novos Estados-Membros.
Amesterdão procurava preparar a União Europeia para os novos desafios: as implicações políticas, sociais e institucionais da moeda única; a globalização; o alargamento europeu a Leste. O Tratado de Amesterdão apresentou progressos sectoriais na construção europeia, mas como escreveu então Lucas Pires, "apesar das negociações terem sido longas (...) o parto foi dolorosíssimo e a criança nasceu semi-raquítica”.