Robert Schuman (1886 – 1963) é um dos Pais Fundadores da Europa comunitária. Homem de Estado francês, de origem lorena, nasceu no Luxemburgo. Licenciou-se em Direito pela Universidade Humboldt, em Berlim (1910).
Com o regresso da Lorena à República francesa, Robert Schuman, advogado e doutor em Direito pela Universidade de Estrasburgo, entra na vida política e é eleito deputado à Assembleia Nacional francesa (1919 – 1940). Membro da Ação Católica, militante do catolicismo social, democrata-cristão, esteve presente nas grandes lutas cívicas e políticas no período entre guerras.
Preso pela Gestapo, consegue fugir e adere à Resistência, em 1942.
Foi Primeiro-Ministro da França (1947-48). Em 9 de maio de 1950, Ministro dos Negócios Estrangeiros, pronunciou a Declaração Schuman, ato pacificador das relações entre os beligerantes da Segunda Grande Guerra e iniciador do lançamento da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço. Em carta ao chanceler alemão Konrad Adenauer, Robert Schuman explica sobre o seu plano que "o propósito não é económico mas eminentemente político”.
A Declaração Schuman é uma proposta de enorme significado político, revolucionária. Desafia países ambiciosos a delegarem voluntariamente soberania em dois sectores industriais estratégicos, o carvão e o aço. Mas é sobretudo a proposta de uma atitude nunca antes vista em relações internacionais, conjugando diálogo democrático e solidariedade.
Robert Schuman tem uma visão da Europa muito equilibrada, feita de moderação, de respeito, de progresso na continuidade. "A Europa não se fará de um golpe, nem numa construção de conjunto: far-se-á por meio de realizações concretas que criem em primeiro lugar uma solidariedade de facto.”
Schuman confronta-nos, sem rodeios, com as questões essenciais: "O supranacional deverá assentar nas bases nacionais. Não renegaremos nada do passado glorioso, mas devemos procurar uma realização nova das energias nacionais, pondo-as ao serviço comum da comunidade supranacional”, e precisa na passada que "Não se trata de um processo de fusão dos Estados, ou de criar um super-Estado. Os nossos Estados europeus são uma realidade histórica: seria psicologicamente impossível fazê-los desaparecer. (...) Mas precisamos de uma união, de uma coesão, de uma coordenação...”.
É também o político conhecedor da História e realista quando lembra aos mais céticos: "A lei democrática da maioria, livremente aceite em condições e modalidades previamente definidas, limitada aos problemas essenciais do interesse comum, será em definitivo menos humilhante a respeitar do que as decisões impostas pelo mais forte”.
Para Robert Schuman a Europa é, afinal, a realização duma democracia generalizada no sentido cristão da palavra.
Em 1958, foi eleito presidente da Assembleia Parlamentar Europeia, em Estrasburgo.