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Definição encontrada no Novo Dicionário de Termos Europeus
Valores da União

A construção da Europa foi a resposta a três questões suscitadas após o final da II Guerra Mundial: como controlar os «demónios» internos que provocaram os maiores desastres no nosso continente, como recuperar a posição de primeira grandeza no concerto mundial, como alcançar uma situação económica que garantisse a sobrevivência de uma democracia estável.

A dimensão desta tarefa (perante a qual parecem tão insignificantes os 12 trabalhos com os quais Hércules foi posto à prova na antiguidade) tem moldado o debate político na Europa ao longo dos últimos sessenta anos, e viabilizou um sistema político baseado nos princípios da liberdade, do pluralismo e da tolerância; garantiu a reconciliação dos antigos inimigos, promovendo o maior período de paz dos tempos modernos; permitiu a obtenção de elevados níveis de prosperidade material e de progresso social na Europa; e proporcionou o colapso da Cortina de Ferro, que dividia os europeus entre os que fruíam da Liberdade e os que se encontravam subjugados e oprimidos.

 

Foi naquele momento histórico, com as feridas de uma guerra terrível ainda evidentes, que os líderes nacionais do continente em ruínas apostaram corajosamente na ideia de Europa. «Construamos a Europa», foi o desafio lançado por Winston Churchill, no seu famoso discurso na Universidade de Zurique, em 1946, que constituiu a primeira declaração política com esse objetivo. Desses primeiros passos rumo à integração europeia quero também destacar a Declaração Schuman de 9 de maio de 1950 (sob a inspiração de Jean Monnet), que não só fixou de forma clara um dos leitmotivs da construção europeia – a manutenção da paz entre as potências continentais, cuja rivalidade causou duas catástrofes mundiais – como atribuiu a este projeto a característica de um processo aberto, com o convite para que se associassem todos os Estados europeus que se identificassem com os mesmos valores e ideais.

 

Depois de um acidentado processo de construção europeia, o artigo 2.º do Tratado da União Europeia consagra hoje os valores da União, que assentam no respeito pela dignidade humana, na liberdade, na democracia, na igualdade, no Estado de Direito e no respeito pelos direitos humanos, incluindo os direitos das pessoas pertencentes a minorias. Estes valores são comuns aos Estados-Membros, numa sociedade caracterizada pelo pluralismo, pela não-discriminação, pela tolerância, pela solidariedade, pela justiça e pela igualdade entre homens e mulheres. A União reconhece os direitos, liberdades e princípios enunciados na Carta dos Direitos Fundamentais da UE de 7 de dezembro de 2000, tal como foi aprovada em 12 de dezembro de 2007 em Estrasburgo.

Espera-se que a curto prazo a União adira formalmente à Convenção Europeia para a Proteção dos Direitos do Homem e das Liberdades Fundamentais, para que esta tenha efeito legal vinculativo e garanta o controlo jurisdicional externo do respeito pelos direitos humanos.

Estes valores da União colocam o indivíduo no centro da construção europeia, na medida em que qualquer pessoa se pode identificar com eles independentemente da sua origem nacional ou sociocultural. O cumprimento desses valores comuns é uma condição de adesão à União Europeia e as instituições devem zelar para que sejam garantidos por cada Estado-Membro. O respeito pelos valores comuns deve estar sempre no centro de cada ação da União, porque eles constituem a «alma» da Europa.

 

(texto original):

 

Construir Europa fue la respuesta a las tres cuestiones que se plantearon con toda crudeza al término de la Segunda Guerra Mundial: cómo dominar los demonios internos causantes de los mayores desastres en nuestro continente, cómo recuperar un puesto de primer orden en el concierto mundial, cómo conseguir una situación económica que garantizase la pervivencia de una democracia estable.

Dicha tarea, que sin duda hace irrisorios los doce trabajos con los que se puso a prueba a Hércules en la Antigüedad, ha conformado el debate político en Europa durante los últimos sesenta años, y ha conseguido afirmar un sistema político basado en los principios de libertad, pluralismo y tolerancia; ha reconciliado a los enemigos de la víspera, propiciando el más largo período de paz en la época contemporánea; ha permitido el logro de elevadas cotas de bienestar material y progreso social a los europeos; ha propiciado, en fin, el desmoronamiento de aquel telón de acero que separaba a los europeos libres de los oprimidos.

Y fue en aquel instante de la historia, con las heridas de una terrible guerra aún palpitantes, cuando los líderes nacionales de este continente en ruinas apostaron con decisión por la idea de Europa: El «Hagamos Europa» pronunciado por Winston Churchill en su célebre discurso en la Universidad de Zurich en 1946 supuso la primera declaración política en esta dirección. De estos primeros balbuceos de la construcción europea quiero destacar también la Declaración Schuman de 9 de mayo de 1950, con Jean Monnet a la sombra, que no sólo fijó con rotundidad uno de los leit-motiv de la construcción europea -el mantenimiento de la paz entre las potencias continentales cuya rivalidad había provocado dos catástrofes mundiales- sino que además otorgó a este proyecto un carácter abierto, con la invitación a participar en él a aquellos Estados europeos que lo desearan y se sintieran identificados con los ideales y valores que compartían.

En el azaroso proceso de la construcción europea, el artículo 2 del TUE consagra en la actualidad los valores de la Unión que se fundamentan en el respeto a la dignidad humana, a la libertad, a la democracia, a la igualdad, al Estado de Derecho y al respeto a los derechos humanos, incluidos los derechos de las personas pertenecientes a minorías. Estos valores son comunes a los Estados miembros en una sociedad caracterizada por el pluralismo, la no discriminación, la tolerancia, la justicia, la solidaridad y la igualdad entre mujeres y hombres. Además, la Unión reconoce los derechos, libertades y principios enunciados en la Carta de los Derechos Fundamentales de la UE de 7 de diciembre de 2000, tal como fue adoptada el 12 de diciembre de 2007 en Estrasburgo y está previsto que muy próximamente la Unión se adhiera formalmente al Convenio Europeo para la Protección de los Derechos Humanos y de las Libertades Fundamentales para que éste tenga finalmente efecto jurídico vinculante y garantizar un control judicial externo del respeto de los derechos humanos.  

Esta lista de valores de la Unión sitúa a la persona en el centro de la construcción europea, en la medida que toda persona puede sentirse identificada con ella cualquiera que sea su origen nacional o sociocultural. El respeto de estos valores comunes es una condición de pertenencia a la Unión y las instituciones tienen la obligación de garantizarlos por parte de cada Estado miembro. Por eso, el respeto a los valores comunes debe siempre situarse en el centro de toda acción de la Unión porque constituyen el «alma» de Europa.

(última alteração: Outubro de 2017)
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