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Definição encontrada no Novo Dicionário de Termos Europeus
Turquia

A adesão da Turquia à UE é uma das "batatas quentes” do debate europeu. Muitos atribuiram-lhe responsabilidades nos resultados negativos obtidos nalguns dos referendos sobre o Tratado Constitucional.

Com efeito, na campanha eleitoral em França (e mesmo na Holanda) alguns partidários do "não”, esgrimiram este fator afirmando que um não ao Tratado teria como consequência a inviabilização da adesão da Turquia. A despeito de não haver relação direta entre uma coisa e outra, o facto de esse argumento ter sido utilizado nesses Estados-Membros é muito revelador da resistência das respetivas opiniões públicas à entrada dos turcos.

 

A Turquia é um grande país com mais de 780.000 km2 (em superfície excede o conjunto dos territórios de Portugal, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Áustria, Dinamarca, Reino Unido, Irlanda e Grécia). A Turquia é também um país populoso. Tem hoje mais de 70 milhões de habitantes e as previsões demográficas apontam para que, em 15 anos, ultrapasse a Alemanha. É também dos países mais pobres.

O rendimento per capita ronda os 29% da média comunitária. Estas circunstâncias levaram Valéry Giscard d’Estaing a caricaturar a eventual entrada da Turquia dizendo tratar-se de um verdadeiro «paradoxo»: «atribuir o maior poder ao Estado mais pobre e com mais dificuldades».

Nas resistências à entrada da Turquia contam-se os receios da dimensão e das assimetrias de desenvolvimento e riqueza, mas também a alegação de que a Turquia não é um país europeu. Com efeito, do território turco, apenas 3,3% se encontram em território europeu – 96,7% fazem parte da Ásia.

Nos argumentos a favor da Turquia estão os compromissos reiterados pelas autoridades comunitárias ao longo dos anos. Sempre se disse aos turcos que, se operassem as transformações necessárias no seu regime em termos de respeito pelos Direitos do Homem e das minorias, poderiam vir a integrar a União. O Conselho Europeu aceitou formalmente a candidatura da Turquia, e em Bruxelas (dezembro de 2004) fixou-se a data de 3 de outubro de 2005 para o início das negociações formais.

São sublinhados também fatores de natureza estratégica que relevam a posição geográfica da Turquia e a capacidade de exercer influência em toda a região, bem como o facto de ser um país predominantemente muçulmano, o que representaria um exemplo de moderação e opção pela Democracia a ser seguido por outros países de influência islâmica, constituindo uma resposta aos fundamentalistas que veem no Estado de Direito uma bizarria do Ocidente.

Mais recentemente dirigentes de alguns Países europeus como a Alemanha e a França, entre outros, têm expresso reservas quanto à possibilidade da Turquia ser aceite e tem proposto, em alternativa, a criação de um estatuto de parceria privilegiada. As autoridades turcas têm insistido na recusa deste último cenário.

(última alteração: Outubro de 2017)
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