A denominação "Agenda 2000” corresponde a um conjunto de propostas e documentos estratégicos apresentado pela Comissão Europeia em julho de 1997, dando resposta a diversas solicitações do Conselho Europeu, e que pretendia balizar diferentes componentes do projeto europeu no horizonte do ano 2000. A Agenda 2000 incluía nomeadamente as perspetivas financeiras plurianuais da União Europeia para os anos 2000 a 2006, pareceres sobre os pedidos de adesão à União apresentados pelos países do centro e do leste europeu, bem como linhas políticas sobre a política agrícola comum, a política de coesão económica e social e outras políticas europeias.
Estas diferentes prioridades políticas traduziram-se num conjunto de cerca de vinte propostas legislativas concretas, apresentadas pela Comissão Europeia no decorrer do ano de 1998. O Conselho Europeu de Berlim, realizado em março de 1999, chegou a um acordo político global sobre este pacote financeiro e legislativo. As principais medidas propostas através da Agenda 2000, e as principais conclusões do Conselho de Berlim que sobre ela discutiu e decidiu, abrangiam, em relação ao período de 2000 a 2006, os seguintes pontos:
a) no que se refere à estratégia de alargamento, foi proposto atribuir-lhe maior urgência e criar novos instrumentos financeiros;
b) no que respeita à política agrícola comum, a Agenda 2000 visava aprofundar a sua reforma, que tinha sido iniciada em 1992, e pretendia antecipar as futuras rondas de negociações da Organização Mundial do Comércio. Foram assim propostas e decididas diminuições dos preços agrícolas, que seriam parcialmente compensadas pelo aumento das ajudas diretas ao rendimento dos agricultores e pela criação de um instrumento de desenvolvimento rural;
c) em termos de política de coesão económica e social, a Agenda 2000 apontava para uma manutenção do esforço de solidariedade da União Europeia para com os países e as regiões mais necessitados e menos desenvolvidos.
Refira-se que, no que diz respeito aos recursos financeiros da União Europeia, a Agenda 2000 propôs que o limite máximo global dos recursos próprios da União correspondesse a 1,27% do seu PIB. Ao abrigo dos acordos da Agenda 2000, o orçamento da UE pôde assim passar, em preços de 1999, de cerca de 92 mil milhões de euros em 1999 para cerca de 110 mil milhões de euros em 2006.